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12/01/2022 às 13h05min - Atualizada em 12/01/2022 às 13h05min

Temporais em Minas elevam volume de cursos d'água e sobem os alertas de inundação

O coordenador estadual de Defesa Civil, coronel Osvaldo de Souza Marques, explicou que o alerta se torna uma importante ferramenta para o período, pois auxilia a população a adotar um comportamento de autoproteção.

Não bastasse o triste cenário no qual famílias inteiras perderam quase tudo e ficaram desalojadas, as chuvas intensas que há semanas castigam Minas Gerais trazem à tona uma outra preocupação. O aumento do nível dos principais rios e seus afluentes passa a ameaçar a tranquilidade das cidades ribeirinhas em todas as regiões do estado, o que já mobiliza as autoridades na busca por soluções emergenciais.

Segundo monitoramento feito pelo Serviço Geológico do Brasil, Jequitibá e Santo Hipólito, dois municípios que compõem a Bacia do Rio das Velhas, atingiram ontem a cota de inundação. O primeiro superou os 11,80m, enquanto o segundo atingiu o nível máximo, ao superar 7,50m, de acordo com o último boletim.
 
No Norte de Minas, os municípios na calha do Rio São Francisco que já inundaram apresentam tendência de subida de níveis nos próximos dias. Pirapora entrou em cota de inundação, somando-se aos municípios de Pedras de Maria da Cruz, São Francisco e São Romão. Na Bacia do Rio Doce, o número de municípios inundados com previsão para os rios continuarem subindo reduziu – estão em cota de inundação e com tendência de elevação dos níveis nas próximas horas Governador Valadares, Tumiritinga, Galileia, Resplendor, Conselheiro Pena, Aimorés e Baixo Guandu.

O coordenador estadual de Defesa Civil, coronel Osvaldo de Souza Marques, explicou que o alerta se torna uma importante ferramenta para o período, pois auxilia a população a adotar um comportamento de autoproteção. “Estamos emitindo alertas para que a população ribeirinha e pessoas que moram em áreas de risco saiam das suas casas, vão para casa de parentes ou locais seguros. Dessa forma, conseguimos evitar que pessoas sejam afetadas, minimizando possíveis danos e tragédias. É uma situação muito difícil, mas o momento é de salvar vidas.”

A Cemig chegou a anunciar ontem que abriria as comportas da Usina Hidrelétrica (UHE) de Três Marias, mas desistiu da ação em virtude do risco de aumento das enchentes. A estatal alegou que a desistência permitirá diminuir os impactos da inundação no trecho do Rio São Francisco até Pirapora, reduzindo os efeitos de subida do nível que poderiam ser provocados pelo aumento de liberação do reservatório.

“Esse aumento de vazões nos afluentes que alimentam o reservatório da UHE Três Marias resultou em um expressivo ganho em seu armazenamento, em curto período. As afluências (vazões que entram) ao reservatório na segunda-feira (10/1), atingiram patamares superiores a 5.000m³/s, com a perspectiva de chegar a 8.000m³/s hoje. Ainda na segunda-feira, a vazão liberada na usina foi ampliada para 850m³/s pela maximização da geração de energia na usina", informa a companhia. Diante da situação, para controlar a subida de nível do reservatório, que até as 7h de ontem se encontrava com volume de 72,68%, a empresa havia decidido começar a verter a água pelas comportas.

Desde o fim de semana, o transbordamento do Rio das Velhas também causou transtorno em Rio Acima, Sabará, Raposos, Nova Lima e Santa Luzia, na Grande BH, com bairros inteiros encobertos pelo manancial. Em Jequitibá, a prefeitura precisou interditar uma ponte que liga a cidade a Santana de Pirapama, depois que a água começou a invadir a pista. Não há previsão de liberação do trânsito. Santa Luzia também teve pontes interditadas justamente devido às cheias do mesmo rio. Bairros às margens estão tomados pelas águas. No Pantanal, por exemplo, alvo de sucessivas enchentes, todos os moradores já abandonaram os imóveis.

O aumento de nível do Rio Paraopeba causou a interdição da MG-050, que liga a região de Vianópolis, em Betim, a Juatuba. No local, o rio atingiu a ponte que existe na estrada que liga as duas cidades. Na segunda-feira, o Corpo de Bombeiros resgatou 45 indígenas da comunidade Naô Xohã que estavam ilhados próximos às margens, em São Joaquim de Bicas. A aldeia Katurãma foi outra atingida pelo transbordamento, com perda de roupas, alimentos e colchões.

A Prefeitura de Brumadinho retirou de casa várias famílias que vivem em áreas de risco de inundação, devido à elevação do nível do Paraopeba. Por causa das fortes chuvas, o nível do rio na cidade chegou a 7 metros – o nível normal é 1,5 metro. Moradores dos bairros Campo do Rio e Cohab e das comunidades São José do Paraopeba e Melo Franco tiveram de deixar suas casas em função do alto risco de alagamento.

Governador Valadares decretou situação de emergência depois que o Rio Doce atingiu quatro metros. Segundo a Defesa Civil, pelo menos 55 mil pessoas moram em 20 bairros às margens do rio, população que é atingida direta ou indiretamente pelas cheias. 

O Rio Piracicaba foi outro que transbordou, rompendo parcialmente uma ponte pênsil e isolando moradores ribeirinhos na cidade de Nova Era, região central do estado.

Cidades que atingiram a cota máxima de inundação

Rio São Francisco
  • Pirapora
  • Pedras de Maria da Cruz
  • São Francisco
  • São Romão
Rio das Velhas
  • Santo Hipólito
  • Jequitibá
  • Raposos
  • Rio Acima
  • Sabará
Rio Doce
  • Governador Valadares
  • Tumiritinga
  • Mário de Carvalho
  • Nova Era
  • Rio Piracicaba
  • Ponte Nova
Rio Pomba
  • Cataguases

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