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31/03/2021 às 07h11min - Atualizada em 31/03/2021 às 07h11min

Donos da Saritur admitem que compraram vacinas clandestinas contra a Covid-19

Irmãos Rômulo e Robson Lessa se apresentaram espontaneamente na sede da PF, em BH, para prestar esclarecimentos sobre a irregularidade

Os irmãos e empresários Rômulo e Robson Lessa, donos da empresa de transportes Saritur, admitiram em depoimento à Polícia Federal (PF) que compraram ilegalmente vacinas contra a Covid-19. Eles são apontados como os chefes do esquema criminoso que imunizou mais de 50 pessoas clandestinamente em Belo Horizonte.

Nesta terça-feira (30), os investigadores informaram que as vacinas podem ser falsas - e não proteger contra o novo coronavírus. Os empresários foram ouvidos na segunda-feira (29), depois que se apresentaram espontaneamente na sede da PF, no bairro Gutierrez, região Oeste da capital. Durante o interrogatório, teriam confirmado o delito.

"Os empresários da empresa de transporte de passageiros admitiram, em depoimentos prestados de forma espontânea, nesta segunda-feira (29), a aquisição dos medicamentos de procedência ilícita", informou a corporação responsável pelo inquérito.

Ao fim da investigação, os envolvidos na vacinação clandestina, que inclui políticos, podem ter que responder na Justiça por receptação e vacinação irregular. Contra os donos da Saritur ainda podem pesar outros crimes.

Em nota,  Saritur informou que os irmãos não fazem mais parte da empresa, e manteve a posição de que a suposta vacinação irregular não ocorreu no pátio da transportadora. “O Grupo Empresarial Saritur esclarece que houve uma cisão administrativa em 2019. Desde então, os empresários que prestaram depoimento não fazem parte da direção da Saritur. A Coordenadas funciona de forma inteiramente independente, e nenhum diretor da Saritur foi mencionado na matéria da revista Piauí. A Saritur não funciona no endereço mencionado, e sua diretoria desconhece o assunto”, garantiu.

Vacina falsa

Após o depoimento dos irmãos Lessa, a PF deflagrou uma nova etapa da operação, denominada Camarote, e cumpriu, na casa da enfermeira apontada como responsável pela aplicação das doses, mandado de busca e apreensão. Uma clínica também foi alvo dos investigadores. Frascos com soro foram recolhidos nos endereços, e material será periciado.

Além da enfermeira, o filho dela também foi citado no inquérito. "Os dois são suspeitos de comercializar e aplicar vacinas contra a Covid-19 de origem ilícita", destacou a PF. A corporação ainda informou que ela já tem passagem pela polícia por furto. Os dois, juntamente com outro homem, foram conduzidos à sede da PF para prestar esclarecimentos. 

Três linhas de investigação estão sendo apuradas pela PF. Uma delas é de que as vacinas são falsas. Outra de que teriam sido importadas ilegalmente do Chile e, por fim, a corporação apura se os imunizantes foram desviados do Ministério da Saúde. A polícia não deu prazo para conclusão do inquérito.

A aplicação das vacinas irregulares ocorreu em uma garagem de ônibus da Saritur, um dos maiores conglomerados de transporte de Minas.

Investigação da PF

A Polícia Federal (PF) trabalha com a hipótese de que empresários vacinados de forma irregular em Belo Horizonte tenham recebido, na realidade, doses falsificadas do imunizante contra o coronavírus. A linha investigativa foi revelada à noite de terça-feira (30) por meio de comunicado da corporação logo após cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência da enfermeira que teria aplicado a vacina no grupo de mandatários da Saritur, importante conglomerado do setor de transportes em Minas Gerais. Frascos com soro foram recolhidos no endereço, e material será periciado.

Cartões de vacinação, seringas, agulhas, luvas e outros materiais também foram arrecadados no imóvel – bem como um segundo mandado foi igualmente cumprido em uma clínica. Outras duas hipóteses investigadas pela Polícia Federal, além da possibilidade de terem sido fraudadas as vacinas aplicadas nos empresários, são: a primeira, que doses foram importadas ilegalmente do Chile, e a segunda admite desvio do imunizante a partir do Ministério da Saúde. A enfermeira e o filho dela são suspeitos do crime de comercializar e aplicar tais doses contra a Covid-19 de origem ilícita. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), empresários e políticos que receberam o imunizante poderão ser responsabilizados criminalmente por receptação e vacinação irregular, pelo menos.

A Polícia Federal (PF) apura também a possibilidade de que a enfermeira e o filho dela tenham feito a vacinação irregular de um segundo grupo de pessoas, além do composto por empresários e políticos ligados à Saritur e que já são investigados na operação nomeada “Camarote”. Aliás, em depoimentos prestados de forma espontânea nessa segunda-feira (29), os proprietários, sócios e membros do alto escalão da companhia de transporte de passageiros admitiram a aquisição do imunizante contra o coronavírus de procedência ilícita.

A enfermeira, que tem passagem por furto, o filho dela e um segundo homem envolvido, conforme informação da corporação, foram conduzidos à sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Minas Gerais, no bairro Gutierrez, à região Oeste de Belo Horizonte, na tarde de terça-feira para prestarem esclarecimentos. Até o momento, não há informações sobre o conteúdo dos depoimentos.

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