PF vai usar drones para monitorar e combater crimes eleitorais

Ação é inédita; em Minas, serão usados 15 drones. Drones serão usados para prevenir ocorrência de crimes eleitorais

Pela primeira vez, a Polícia Federal vai usar drones nas eleições para reprimir e prevenir a ocorrência de crimes eleitorais. Ao todo, 100 equipamentos serão utilizados no país, sendo 15 em Minas Gerais. Em Belo Horizonte, a operação contará com sete drones. Uberlândia, Uberaba, Varginha, Divinópolis, Montes Claros, Governador Valadares e Juiz de Fora, que contam com bases da PF, também serão fiscalizadas pelas aeronaves controladas de forma remota.

O objetivo, segundo o delegado da Polícia Federal Daniel Fantini, é aumentar a segurança nas eleições nas principais zonas eleitorais do país, ajudando a fiscalizar e combater crimes como compra de votos, boca de urna e transporte de eleitores.

Os drones possuem câmeras que utilizam tecnologia de ponta e são capazes de identificar suspeitos, placas de veículos, entregas de santinhos e situações de compra de votos, com imagens de alta nitidez. As imagens gravadas serão transmitidas à PF, que adotará as medidas cabíveis.

"Esses drones podem otimizar o trabalho da Polícia Federal, gravando imagens nos pontos onde há incidência desses crimes, como nas proximidades de zonas eleitorais e nos locais onde há concentração de eleitores", disse Fantini.

Em Minas, 300 policiais federais, número que corresponde a todo o efetivo da PF no estado, vão atuar na operação. "Os pedidos de férias e de licenças foram cancelados", afirmou o delegado. Segundo ele, as equipes já estão organizadas e os pontos de atuação também foram definidos. "Haverá uma coordenação, mas os policiais terão autonomia para atuar", ressaltou.

Como os equipamentos pertencem ao patrimônio da Polícia Federal, que já utiliza as aeronaves em atividades periciais e investigativas nos locais de difícil acesso, não haverá custos adicionais para o uso dos drones na operação eleitoral.

A utilização dessas aeronaves também vai reduzir a necessidade da presença física dos policiais em áreas onde não forem registrados flagrantes, garantindo o distanciamento social, medida importante para combater a epidemia do novo coronavírus (Covid-19).

Para o delegado Daniel Fantini, este ano, os crimes eleitorais vão diminuir em relação aos pleitos anteriores, uma vez que os possíveis criminosos estarão cientes de que a fiscalização contará com o apoio dessas aeronaves. Ele não soube precisar, porém, quantos delitos foram registrados nas últimas eleições municipais, ocorridas em 2016.