20/04/2022 às 12h24min - Atualizada em 20/04/2022 às 12h24min
Perigo nas escolas! Alunos cheiram pó de corretivo simulando consumo de drogas
Além de lesões e doenças respiratórias, a “modinha” é vista pelos especialistas como um estímulo ao uso de drogas.
Alunos aderiram a uma nova e perigosa tendência que vem circulando na internet e deixando pais e professores em alerta. Crianças e adolescentes publicam vídeos cheirando pó de corretivo líquido raspado, também conhecido como “branquinho”, como se fossem drogas.
Além de lesões e doenças respiratórias, a “modinha” é vista pelos especialistas como um estímulo ao uso de drogas. O pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum diz que existe um efeito psicológico e também uma apologia às drogas.
“Não é para ficarmos incentivando uma criança a fazer algo assim, pois estamos ensinando um mau hábito. É importante conversar com a criança e o adolescente e deixar claro que isso não vai trazer nenhum benefício a ela”, disse o pediatra.
O corretor é feito à base de água, mas contém substâncias que podem ser prejudiciais e trazer efeitos colaterais, como o dióxido de titânio, que serve para deixar o líquido com a cor branca.
O médico otorrinolaringologista Henrique Pedro Von Zuccalmaglio Filho diz que a substância em si não é altamente tóxica. No entanto, a inalação desse componente pode provocar um quadro irritativo no nariz, rinite química, lacerações, ulcerações e até mesmo sangramentos.
“É um corpo estranho dentro do nariz. O corpo vai ter uma reação inflamatória. Pode congestionar o nariz, aumentar a produção de secreção e facilitar uma sinusite”, explica o médico.
Se a inalação for feita de forma repetitiva, o pó pode descer às vias aéreas inferiores e, no caso de uma pessoa asmática, desencadear uma crise grave.
O pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum diz que a inalação do pó não gera nenhum efeito alucinógeno ou prazeroso. “A criança que cheira esse pó não imagina que ele vai para os pulmões e que pode causar grandes danos, como pneumonia, pneumonite, infecções, reações alérgicas e asmas, por exemplo”, disse o médico.