​Petroleiros contrários à venda da Regap, votam pelo indicativo de greve

Trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (Regap) aprovaram nesta sexta-feira (8) um indicativo de greve para contestar o processo de privatização da unidade da Petrobras localizada em Betim. Por meio de nota, os petroleiros afirmam que poderão paralisar os trabalhos caso a refinaria seja colocada à venda formalmente. A categoria também decidiu não aceitar o Acordo Coletivo de Trabalho oferecido pela petrolífera.

Para o dia 18 de julho, a categoria planeja realizar um ato nacional contrário à venda da Regap. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG), as últimas unidades da Petrobras que foram privatizadas teriam sido vendidas com valores abaixo do mercado. A entidade cita, como exemplo, a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), em Fortaleza, que foi negociada por R$ 34 milhões. 

A Petrobras não divulga informações sobre o processo de venda da Regap. A empresa foi obrigada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a vender oito refinarias para deixar de deter o monopólio sobre o refino de petróleo no Brasil e algumas transações foram concluídas, como as vendas da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, Refinaria Isaac Sabbá, no Amazonas, e a Unidade de Industrialização de Xisto, no Paraná.

Conforme dados da Petrobras, a Regap tem capacidade de processar 166 mil barris de petróleo por dia, que são transformados em diesel, gasolina, GLP (gás de cozinha), querosene de aviação, asfalto e outros produtos. A refinaria é responsável por uma movimentação de receita anual que supera R$ 8,6 bilhões em tributos para o estado de Minas Gerais (4% de toda a arrecadação no estado). Atualmente, a unidade tem cerca de 600 empregados diretos. 

Por meio de nota, a Petrobras afirmou que as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2022 tiveram início no dia 02/06/2022 com a entrega da pauta de reivindicações pelas entidades sindicais.

"Após análise da pauta dos sindicatos, foi realizada uma reunião no dia 20/06/2022 entre a Companhia e representantes das entidades sindicais. Nesta oportunidade, a Petrobras apresentou sua proposta para o ACT 2022. Neste momento, os sindicatos estão realizando as assembleias com os empregados para apreciação e deliberação da proposta apresentada pela Companhia. Ao que conseguimos identificar nas manifestações das entidades sindicais, a proposta de movimento grevista está relacionado à apresentação de projeto do governo no Congresso para privatização da Petrobras”, completou a empresa.