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04/11/2022 às 16h18min - Atualizada em 04/11/2022 às 16h18min

​Polícia Civil descarta problemas climáticos na queda de avião de Marilia Mendonça

Polícia Civil descartou falhas no aeródromo onde a aeronave faria o pouso; cinco pessoas já foram ouvidas durante as investigações

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) descartou que problemas climáticos possam ter provocado a queda da aeronave que vitimou Marília Mendonça e outras quatro pessoas, no dia cinco de novembro de 2021, em Caratinga, na região do Rio Doce, em Minas Gerais. A investigação que apura as causas do acidente segue em duas frentes: a possibilidade de falha humana ou de falha dos motores da aeronave. "O que a gente já pode afirmar, após oitivas de pilotos, é de que as condições metereologicas eram favoráveis ao voo visual", disse o delegado  Ivan Lopes, responsável pelas investigações.

Em coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (4), o delegado afirmou que aguarda o resultado dos laudos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que investiga possíveis falhas nos motores da aeronave e em equipamentos. Não há data para a conclusão dos trabalhos, mas conforme informado por O Tempo, por uma fonte diretamente ligada ao inquérito, a investigação deverá ser concluída somente no primeiro trimestre de 2023. “Estamos próximos da conclusão. Dependemos de alguns laudos só para descartar algo relacionado à aeronave antes de concluir”, disse a fonte à reportagem.

Durante a apresentação dos trabalhos de apuração, o delegado afirmou também que está descartada qualquer possibilidade de erro no Aeródromo de Ubaporanga, próximo a Caratinga, onde a aeronave faria o pouso. Para o delegado, a falha humana pode ter ocorrido já que o piloto desviou da rota padrão e em função disso acabou batendo em uma rede de distribuição. "Se não tivesse a rede de transmissão, teria ocorrido o acidente? Possivelmente não. Só que tinha a rede de transmissão e era dever dele ver que estava lá, porque ele sai da zona de proteção e a partir disso passar a ser uma responsabilidade dele os obstáculos, já que o voo é visual", disse. 

O acidente com a cantora Marília Mendonça teve grande repercussão nacional, já que a artista estava no auge e era uma das mais ouvidas no país. A aeronave com Marília havia decolado do aeroporto Santa Genoveva, em Goiás, com destino ao Aeródromo de Ubaporanga, próximo a Caratinga, no interior de Minas Gerais, onde a artista faria um show. Enquanto se aproximava do aeroporto, a aeronave colidiu contra cabos de alta-tensão de uma torre de distribuição da Cemig. Pouco depois, o avião caiu em uma cachoeira em Piedade de Caratinga, na região do Rio Doce. Além de Marília, estavam na aeronave o assessor Abicieli Silveira Dias Filho (43), o produtor Henrique Bagia (32), o piloto Geraldo Martins de Medeiros Junior (55) e o copiloto Tarcício Pessoa Viana (37). Todos morreram no acidente. 

As investigações apontaram que as torres, de 36 metros de altura, estavam a 4.600 metros da cabeceira da pista, ou seja, foram da zona de segurança e, por esse motivo, não haviam sido listadas no Notam. "As torres não estavam no Notam porque elas estavam além da zona de proteção do aeródromo e até por esse motivo não havia necessidade da sinalização", explicou o delegado. 

Este é um documento que tem por finalidade divulgar, de forma antecipada, toda informação aeronáutica, que seja de interesse direto e imediato à segurança, regularidade e eficiência da navegação aérea. O documento busca identificar em um raio de até 3 quilômetros os possíveis obstáculos para a decolagem e para o pouso.  Conforme o delegado, a consulta do Notam antes do pouco ou decolagem não é obrigatória, mas é recomendada e costuma ser habitual entre os pilotos.

"O proprietário da empresa afirmou que foi feita a consulta, mas não sabemos se o piloto ou o copiloto tiveram acesso", completou.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, a situação dos motores é analisada por uma empresa estrangeira. Conforme o delegado, não existe uma data para que os laudos sejam encaminhados. "O que eu sei é que as investigações estão bem adiantadas", informou. As investigações contaram com o depoimento de cinco pessoas, entre elas dois pilotos que disseram ter acompanhado o pouso. Um deles estava no local e teria visto a aeronave com Marília Mendonça e a equipe sair da zona de proteção do aeródromo. "Ele foi assistir e percebeu que a aeronave se afastou muito local em que o padrão de Caratinga recomenda. Passado um tempo, esse piloto vê a aeronave se alinhando na pista para fazer o pouso. Ele disse que viu o momento em que a aeronave chocou com os fios e caiu", disse o delegado. O outro piloto estava em uma aeronave que partiu de Viçosa e faria o pouso no aeródromo. Ele chegou a fazer contato com o responsável pelo voo com a artista momentos antes do acidente.

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