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19/11/2022 às 10h31min - Atualizada em 19/11/2022 às 10h31min

Tomate é o vilão na Ceasa Minas

Cebola e batata também pesaram no bolso entre setembro e outubro; frutas ficaram estáveis

As chuvas registradas em Minas Gerais, aliadas ao fechamento de rodovias – resultado das manifestações feitas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro -, interferiram na colheita e na distribuição de produtos agrícolas. Com isso, entre setembro e outubro foi verificado avanço nos preços de importantes produtos como  tomate, que ficou 53,87% mais caro; cebola, 21,2%, e batata, 27,8%.

Nos primeiros dias de novembro, como houve chuva, foram verificadas novas altas, com destaque para a elevação de 40% no preço médio da cebola na Ceasa Minas. O incremento fez com que o quilo ficasse próximo a R$ 8,50. Os dados são do 11º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Centrais de Abastecimento (Ceasas), elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com o analista da Conab, Aníbal Fontes, a média de chuvas registradas em várias partes do Brasil, incluindo Minas Gerais, está acima para o período, o que interfere tanto na colheita dos produtos como no transporte, fazendo com que haja  maior pressão nos preços. 

Em Minas Gerais, das cinco hortaliças pesquisadas, três apresentaram avanço nos preços de dois dígitos e apenas uma –  a cenoura – encerrou outubro com retração nos preços frente a setembro.  A maior alta foi verificada nos preços do tomate. O quilo foi negociado, em média, a R$ 3,09 em outubro, um avanço de 58,87% frente a setembro. 

Além da interferência das chuvas, as paralisações das estradas provocaram uma  interrupção do fluxo normal às Ceasas.  Segundo o boletim, na Ceasa Minas, o preço no último dia de outubro estava em R$ 5,50 o quilo, e no dia 11 de novembro, já havia avançado para R$ 7,50, não interrompendo o ciclo de alta.

“O tomate apresentou um aumento significativo de preços. Durante o ano, tivemos  comportamentos bem distintos com o pico de alta registrado em abril, pelas chuvas de final de ano, o que  provocou escassez no mercado. Logo após, houve uma regularização tanto da oferta quanto dos preços. Mas agora,  entre setembro e os primeiros dias de novembro, a oferta está em declínio o que provocou nova alta”, explicou Fontes. 

Alta também foi vista na cotação da batata. O quilo foi negociado, em média, a R$ 3,00 – valorização de 27,8% frente a setembro. A alta do preço vem se mantendo em novembro, já que as chuvas permanecem e interferem no ritmo de colheita. Na CeasaMinas, a média dos primeiros dias de novembro registrou aumento de 25% em relação à média de outubro, que foi de R$ 3,00 o quilo. 

De acordo com a Conab, as chuvas interferiram na colheita do tomate, houve redução da oferta em São Paulo e os preços também subiram muito em função da queda da produção paulista, cujos envios às Ceasas diminuíram quase 30% em relação a setembro. No período, os envios de Minas Gerais para outras regiões subiram quase 50% em relação a setembro.

A cebola, entre setembro e outubro, teve os preços reajustados em 21,2%, com o quilo sendo negociado, em média, a R$ 4,72 no Estado. No início de novembro, em apenas 11 dias, os preços da cebola continuavam em ascensão, o que é resultado do bloqueio das estradas. Fontes explica que mesmo com a normalização das estradas, os preços do produto ainda não voltaram aos níveis anteriores.

Segundo ele, nesta época com as chuvas constantes e intensas nas áreas produtoras, a colheita é prejudicada, ocasionando diminuição de oferta e altas de preço. Na média do início de novembro em relação à média de outubro, o preço se manteve em ascensão, e a cebola chegou a um aumento de cerca de 40% na Ceasa Minas e foi negociada por volta R$ 8,50 o quilo. “A cebola apresentou grande variação de preço ao longo do ano. Notamos um movimento atípico de alta de preços , o que pode ser atribuída a uma menor oferta”, disse Fontes. 

A alface ficou 6,49% mais cara, com o quilo vendido, em média, a R$ 4,80, no Estado. Assim como nos demais itens, as chuvas e os bloqueios interferiram no transporte e nos preços. Outro fator para a elevação é o aumento do consumo, estimulado pelas temperaturas mais quentes. 

Queda

Dentre os itens pesquisados, apenas a cenoura apresentou queda nos preços, de 3,98%, com o quilo negociado a R$ 1,54. A baixa na cotação foi provocada pela recuperação da produção, sobretudo em Minas Gerais.

Contudo, os preços da cenoura avançaram em novembro. Conforme a Conab, na Ceasa Minas o valor nos últimos dias de outubro chegou a R$ 1,75 o quilo, passando para R$ 1,84 no dia 4 de novembro, resultado dos bloqueios nas estradas. No dia 11 de novembro, o quilo estava saindo a R$ 1,65.

Frutas

Os preços das frutas se mantiveram praticamente estáveis em outubro frente a setembro e no início de novembro. Porém, com a aproximação das festas de final de ano, há uma tendência de maior demanda, o que pode estimular alta de preços.

“Durante as festas, há um aumento no consumo de frutas. Por isso,  tradicionalmente, é registrado aumento de vendas, o que pode impactar os preços”, disse o analista da Conab, Arthur Vasconcelos. Na Ceasa Minas, das cinco frutas pesquisadas, apenas o mamão registrou aumento. A elevação foi de 24,12%, com o quilo negociado a R$ 5,22.

Dentre as quedas, a maior foi no preço da melancia. O quilo foi cotado a R$ 1,67, cerca de 11% menor frente a setembro. “Estamos no início de safra em diversas regiões. Essa fruta tem grande consumo em períodos mais quentes”, disse Vasconcelos.

Retração também na banana –  0,16% – com o quilo vendido a R$ 3,89; na laranja, a redução foi de 1,17% e foi negociada a R$ 2,06; e na maçã, com o quilo avaliado em R$ 7,53 – redução de 0,6%.

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