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09/01/2023 às 12h24min - Atualizada em 09/01/2023 às 12h24min

Superávit da balança comercial mineira recua

Minério de ferro representa quase 30% dos embarques mineiros e foi impactado pela desaceleração da economia na China

A balança comercial mineira encerrou 2022 com superávit de US$ 22,461 bilhões, segundo dados do Ministério da Economia. Embora positivo, o resultado é 11,15% inferior ao apurado em 2021, quando a diferença entre exportações e importações do Estado somou US$ 25,281 bilhões. No ano passado, o comércio exterior de Minas Gerais foi novamente marcado pela venda de commodities, especialmente as minerais e agrícolas, e compra de produtos manufaturados.

Em 2022, as exportações de Minas somaram US$ 40,029 bilhões, representando quase 12% do total nacional, que chegou a US$ 335 bilhões – maior valor da série histórica. Na comparação com as remessas ao exterior em 2021, quando somaram US$ 38,340 bilhões, houve elevação de 4,4%.

Já as importações realizadas pelo Estado no último exercício tiveram crescimento ainda maior, o que justifica, inclusive, o menor saldo da balança comercial. Ao todo, as compras externas de Minas Gerais somaram US$ 17,568 bilhões sobre os US$ 13,059 bilhões de 2021, elevação de 34,5% entre os períodos. Neste caso, a participação do Estado no montante nacional foi de 6,2%. O País importou US$ 272 bilhões, maior valor histórico igualmente.

O consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, ressalta que o comércio exterior mineiro movimentou 57,5 bilhões no ano que passou, o que denota significativa participação da balança comercial na economia mineira. Ele comenta que embora Minas não tenha apurado recorde nas exportações, o resultado se aproximou do valor histórico e que o Estado apareceu em terceiro lugar no ranking entre os estados.

“O grande impacto para Minas Gerais veio do minério de ferro, que representa quase 30% dos embarques a partir do Estado e foi muito impactado em 2022 pela crise na China e a desaceleração econômica daquele País e os preços que acabaram desabando sair do patamar superior a US$ 115 a tonelada para cerca de US$ 85 a tonelada”, comenta.

Ainda quanto às exportações, Brito destaca que os demais produtos que figuram no topo do ranking do Estado seguiram com resultados positivos: agronegócio (55,8%), somando quase US$ 7 bilhões, soja (59%) e US$ 3,3 bilhões, ferro gusa (37,3%), carne bovina congelada (63%), químicos inorgânicos (silício) (112%), autopeças para veículos automotores (45,6%) e carne de ave (40%).

Sobre as importações, ele reforça que é mais diversificada, menos concentrada em matérias primas, incluindo também produtos químicos, minerais e manufaturados. Em relação aos produtos, ele destaca o para o carvão (hulhas), que tiveram aumento de 59% , chegando a US$ 1,062 bilhão, bem como equipamentos para semicondutores, que somaram US$ 912 milhões.

Em relação aos parceiros comerciais do Estado, o economista diz que não houve grandes mudanças. A China seguiu como principal parceiro comercial de Minas Gerais tanto nas exportações quanto nas importações.

Em 2022, o Estado exportou para um total de 198 países. Ainda em relação às exportações, vale dizer que as perdas em relação à desaceleração econômica da China beneficiaram o aumento das vendas para outros países. O ranking ficou assim: China -10%; Estados Unidos +60%; Argentina +51,7%; Alemanha +39,2%; Países Baixos -3,4%; Bahrein -26%. “Tudo que envolve minério de ferro terminou o ano com desempenho negativo”, ressalta.

Principais produtos da balança comercial de Minas Gerais

Entre os produtos, as commodities minerais ou agrícolas continuaram liderando as exportações de Minas Gerais. As remessas de minério de ferro ao exterior em 2022 somaram US$ 12 bilhões, enquanto no ano anterior o valor foi superior a US$ 18 bilhões. Isso significa um recuo de quase 34% entre os exercícios.

Em volume, os embarques de minério a partir de Minas Gerais ficaram praticamente estáveis. Ao todo foram 147,6 milhões de toneladas no ano passado e 146,9 milhões de toneladas em 2021.

Na mesma base de comparação, as vendas externas de café renderam US$ 6,9 bilhões ao Estado, com elevação de 56,8% aos US$ 4,4 bilhões apurados um ano antes. Os volumes chegaram a 1,7 milhão de toneladas em 2022 e 1,6 milhão de toneladas em 2021, alta de 3,5% entre os períodos.

Nas importações, a compra da hulha betuminosa, que é o carvão mineral, usado nos altos-fornos de usinas siderúrgicas, somou US$ 938 milhões e 2,8 milhões de toneladas no ano passado. Em 2021, os investimentos foram de US$ 612 milhões para a aquisição de 4,2 milhão de toneladas.

Projeções para a balança comercial em 2023

Para 2023, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) já estima que a balança comercial brasileira pode ter novo superávit recorde. O resultado positivo de US$ 71,9 bilhões poderá ser provocado por um menor volume tanto de exportações quanto de importações. 

As estimativas da entidade também dão conta de uma continuidade da dependência do comércio exterior brasileiro por commodities agrícolas e minerais e da consequente exposição a uma maior volatilidade de preços.

Para o ano que passou, a entidade estimava US$ 319,471 bilhões nas exportações, US$ 265,345 bilhões nas importações e US$ 54,126 bilhões no superávit. Os números apurados pelo governo federal foram: superávit de US$ 62,3 bilhões no saldo, com aumento de 1,5% em relação ao ano anterior, e maior valor da série histórica, que teve início em 1989. As exportações de 2022 alcançaram o total de US$ 335 bilhões e as importações US$ 272,7 bilhões.

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