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22/03/2023 às 09h50min - Atualizada em 22/03/2023 às 09h50min

Exportação do agronegócio de MG cai 8%

Entressafra e também safras menores nos últimos dois anos impactaram transações do agro em MG

A menor disponibilidade de café, resultado da entressafra e também das safras menores colhidas nos últimos dois anos, impactou os resultados das exportações do agronegócio de Minas Gerais. Ao longo do primeiro bimestre, foi verificada retração de 8% no valor gerado com os embarques totais do setor, que ficou em US$ 1,75 bilhão.

Apesar da queda no faturamento frente ao mesmo período do ano passado, o volume total de produtos agrícolas e pecuários destinado ao mercado externo cresceu 8,1% e chegou a 1,38 milhão de toneladas.

No caso do café, principal produto da pauta exportadora do agronegócio estadual, a receita com os embarques ficou 28,3% menor e o volume caiu 26,2%. Além do café, também foi observada queda nos resultados da carne bovina, cujo embarque segue suspenso para a China. No primeiro bimestre, o faturamento com as exportações de carne bovina caiu 12% e o volume 1%.

Conforme os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), entre janeiro e fevereiro de 2023, as importações do setor somaram US$ 202 milhões, alta de 39,38%. Em volume, as compras do setor retraíram 6,18% e chegaram a 114,6 mil toneladas.

Levando em consideração os US$ 1,75 bilhão faturados com as exportações, o saldo da balança comercial do agronegócio encerrou o primeiro bimestre com superávit de US$ 1,55 bilhão. Apesar de positivo, o valor ficou 11,8% menor que o registrado em igual período de 2022. 

Com o resultado, o agronegócio respondeu por 34,3% do faturamento total obtido pelas exportações de Minas Gerais nos primeiros dois meses do ano, que foi de US$ 5,11 bilhões. Em volume, a participação foi de 6,7%.

Entre janeiro e fevereiro, a queda dos embarques do agronegócio de Minas Gerais teve como principal fator a redução significativa das exportações de café, produto que respondeu por  49,6% das exportações do setor. 

No período, foram destinadas ao mercado externo 234,3 mil toneladas de café, volume 26,2% menor que o embarcado em janeiro e fevereiro de 2022. Com o menor volume, o faturamento chegou a US$ 869 milhões, retraindo 28,3%.

Segundo o presidente do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Márcio Ferreira, a baixa nos embarques se justifica pelo período de entressafra, após duas colheitas menores, impactadas por adversidades, e pelo contexto do mercado internacional.

“Quanto mais longe de uma safra alta, como a de 2020, que foi recorde, menos café remanescente teremos, impactando na oferta. Apesar de a Bolsa de Nova York ter se recuperado em janeiro e fevereiro, ainda está bem aquém dos níveis registrados em setembro, antes do início do movimento de queda, quando o produtor aproveitou a combinação de mercado e câmbio favoráveis, fez o dever de casa e vendeu o que era possível”, explicou.

Ele completa que, no cenário atual, apesar da recuperação dos preços internacionais no primeiro bimestre, as cotações ainda não são atrativas para o produtor negociar seu estoque, “que não é tão grande em função das colheitas menores em 2021 e 2022, daí a retração que observamos”.

Queda também foi observada nas exportações do grupo das carnes. Nos primeiros dois meses do ano, o faturamento ficou 4% menor, chegando a US$ 200,1 milhões. Em volume, 59,2 mil toneladas, foi verificada alta de 2%.

No grupo, o desempenho da carne bovina foi negativo. Ao todo, foram 29 mil toneladas exportadas, 1% a menos que em igual período de 2022. Em faturamento, a queda chegou a 12%, movimentando US$ 138,4 milhões. O preço da tonelada, US$ 4.760,76, caiu 11% frente ao praticado entre janeiro e fevereiro de 2022.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o desempenho desfavorável também foi visto nos embarques nacionais do produto e acontece devido à redução internacional do preço da carne bovina e diminuição do volume exportado.

Uma das razões para essa queda no volume, segundo o Mapa, é o caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) comunicado em 22 de fevereiro à Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa). Em função desse caso, as exportações para a China foram temporariamente suspensas a partir de 23 de fevereiro. 

Apesar da queda na carne bovina, a carne de frango obteve US$  55,13 milhões em faturamento, superando em 24,6% o resultado de igual período do ano anterior. A comercialização chegou a 26,8 mil toneladas, 5,8% maior.

Em suínos, o faturamento cresceu 3,5% e o volume de carne embarcada caiu 1,1%. Ao todo, foram exportadas 2,5 mil toneladas de carne suína, que movimentaram US$ 5,3 milhões. 

Entre os resultados positivos, destaque para os produtos florestais que passaram a ocupar o segundo lugar nos embarques, com participação de 11,5%. O grupo movimentou US$ 202,3 milhões com o embarque de 252,6 mil toneladas, o que resultou em um faturamento 83,4% maior e uma alta de 6,5% em volume. Dos produtos que compõem os produtos florestais, a maior movimentação veio da celulose. Foram 247,7 mil toneladas exportadas, 47,6% a mais. Os embarques de celulose movimentaram US$ 199,5 milhões, 118,9% de alta.   

Os resultados dos embarques do complexo soja também foram positivos. Em faturamento a expansão foi de 11,2% atingindo US$ 195,7 milhões. Ao todo, foram destinados ao mercado internacional 315,2 mil toneladas de produtos do complexo soja, aumento de 0,3%. A maior parte, 288 mil toneladas, foi de soja em grãos.

As exportações do setor sucroalcooleiro geraram um faturamento de US$ 190 milhões, ficando 69% maior. O volume embarcado, 414,1 mil toneladas, cresceu 34%.


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