Um avião cuja lista de passageiros incluía Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner, caiu na região de Tver, no norte de Moscou, na Rússia, nesta quarta-feira (23/08). Segundo a agência Tass, todas as dez pessoas que estavam na aeronave morreram, mas ainda não confirmaram a identidade das vítimas.
"Está em investigação a queda do avião da Embraer que ocorreu esta noite na região de Tver. Na lista de passageiros está o nome e apelido de Yevgeny Prigozhin", declarou a agência de aviação russa Rosaviatsia.
Ainda conforme a agência russa, a aeronave fazia um voo de Moscou a São Petesburgo, com sete passageiros e três funcionários a bordo.
Prigozhin é considerado um dos principais personagens da invasão russa à Ucrânia ao comandar, à frente do exército privado de mercenários, uma rebelião de curta duração contra o governo russo no início de junho.
Na noite de segunda-feira (22), Prigozhin apareceu em um vídeo publicado por grupos próximos a Wagner nas redes sociais, dizendo estar na África. Em uma paisagem desértica, ele afirma que estava trabalhando para "tornar a Rússia ainda maior em todos os continentes, e a África, ainda mais livre".
Vídeos, cuja autenticidade a AFP ainda não pôde confirmar, foram divulgados em vários canais do Telegram, dizendo-se ligados ao Wagner. As imagens mostram destroços em chamas em um campo, ou uma aeronave caindo do céu.
Quem é Yegeny Prigozhin?
Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, é líder do Grupo Wagner, uma empresa paramilitar privada com fortes ligações com o Kremlin, com mercenários usados por Putin na guerra contra a Ucrânia.
Antes de se tornar chefe de um dos grupos mais influentes da Rússia, Yevgeny Prigozhin foi condenado, em 1981, a 13 anos de prisão por assaltos nas ruas de São Petersburgo, a mesma cidade de Putin que, na época, ainda se chamava Leningrado. Acabou solto em 1990, um ano antes do colapso da então União Soviética e se tornou vendedor de cachorro-quente na cidade de São Petersburgo.
Na época, o negócio de Prigozhin se expandiu e ele se aproximou de pessoas influentes do país e sua barraquinha deu lugar a um restaurante nos anos 1990. Um dos frequentadores era o então prefeito de São Petersburgo, que estava sempre acompanhado de um dos seus principais secretários: Vladimir Putin.
Após Putin chegar à presidência pela primeira vez, na virada de 1999 para o ano 2000, Prigozhin passou a cuidar dos banquetes dos eventos no Kremlin; ganhou o apelido de “chef de cozinha de Putin”.
Entretanto, o comportamento violento de Prigozhin chamou a atenção do presidente para outro fim. Para não envolver diretamente o Exército russo nos conflitos separatistas no leste da Ucrânia em 2014, Putin permitiu a formação de milícias pró-Moscou e Prigozhin, contrato para fornecer comida aos soldados começou a fornecer também mercenários. Surgiu o Grupo Wagner.