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03/10/2023 às 10h13min - Atualizada em 03/10/2023 às 10h13min

Prefeitura investiga presença de verme tóxico e raro em quintal de casa em Pedro Leopoldo (MG)

Conhecido como cabeça de martelo, o verme pode prejudicar plantações, além de contaminar animais e seres humanos

A Prefeitura de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, investiga a presença do verme cabeça de martelo no quintal de uma família que vive na cidade. Rara no Brasil, a espécie é tóxica e pode prejudicar plantações, além de contaminar animais e seres humanos.

O bicho, que se parece com uma minhoca, pode chegar a 60 cm de comprimento. Não havia relatos da presença do verme em área urbana no Brasil até que a dona de casa Katia Oliveira Medina percebeu um no quintal dela, no fim de setembro deste ano. “Eu nunca vi uma coisa assim. Apareceram vários. Levantei o tapete, e o bicho estava lá.”

Os vermes estavam no quintal da família, que é cercado de plantas, terra e árvores. Os proprietários recolheram amostras para entregar ao poder público.

Especialistas explicam que o cabeça de martelo elimina as minhocas nativas e também põe plantações em risco, além de representarem um perigo para animais e humanos. “Ele solta uma substância que é e neurotóxica. Se algum pet, gato, cachorro ou até mesmo galinha se alimentar dele, podem ocorrer reações como desnorteamento. Se crianças o colocarem na boca, podem ter dor de cabeça e confusão mental”, detalha a bióloga Fernanda Raggi.

Kátia relatou a morte de uma galinha da família. Ela também encontrou dois gatos mortos no local. “Não sei se tem relação com o verme, mas é uma possibilidade”, sugeriu.

Uma característica chamou a atenção dos moradores de Pedro Leopoldo: quando partiram o cabeça de martelo ao meio, o verme continuou a se mexer. “Este é um platelminto, parente da planária. Ele tem a capacidade de regeneração caso você faça algum tipo de corte ou fissura nele”, explicou a bióloga.

Histórico

Segundo especialistas, o verme já foi visto no Brasil no fim da década de 70 e em 1999. Nas duas vezes, estava em área de floresta.

“É um animal que não é comum de se ver aqui no Brasil. Os relatos são dos Estados Unidos e da Europa, mas ele fica muito presente em áreas de fazenda, em ambientes subterrâneos, quentes, úmidos e escuros”, comenta Fernanda Raggi.

Fernanda acredita que o bicho tenha chegado a Pedro Leopoldo por meio de viajantes. “O verme é de origem indiana. Acredito que eles vieram transportados por navios quando tivemos a chegada de pesquisadores, principalmente de áreas de botânicas e cavernas. Temos muitas cavernas em Pedro Leopoldo”, sugere.

“Provavelmente eles vieram como forma de praga urbana, se desenvolveram e ficaram quietos dentro das cavernas. Como agora a gente está tendo um ambiente mais quente, provavelmente com as chuvas, tivemos alguma movimentação de terra ou até mesmo do material que fica dentro das cavernas. Agora, temos a disseminação no ambiente externo”, completa.

A sugestão da bióloga é que os moradores coloquem sal nos vermes encontrados nas casas. “O sal não é tóxico para o solo”, diz ela sobre a substância que pode matar o cabeça de martelo.

Investigação

Leonardo Viana, biólogo da Prefeitura de Pedro Leopoldo, informou à reportagem que as amostras já foram coletadas.

“Tudo indica que seja o verme cabeça de martelo, mas vamos mandar a amostra para um laboratório especializado confirmar a identificação. Vamos consultar especialistas e laboratórios para definir melhor as orientações e as medidas que serão adotadas pela prefeitura”, declarou.

A Prefeitura de Pedro Leopoldo orienta os moradores a fazer contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente caso encontrem o verme ou um animal semelhante. O telefone é (31) 98814-6540.


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