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14/10/2023 às 09h26min - Atualizada em 14/10/2023 às 09h26min

Empresário mandou derrubar casa de idoso em MG por pensar que era dono do terreno

Idoso foi expulso de casa, sem aviso, por quatro homens e viu as quatro casas da família serem derrubadas sem poder retirar seus pertences

 

Um empresário confessou à Polícia Militar ter demolido quatro casas no distrito de Angueretá, em Curvelo, região Central de Minas Gerais, por acreditar que o terreno pertencia a ele. O caso aconteceu na quarta-feira (11) e destruiu o lar de uma família.

A Prefeitura de Curvelo, inclusive, esteve no local para prestar apoio a família do senhor Valdevir Gomes da Silva, de 73 anos, que precisou sair às pressas ao ser surpreendido por duas máquinas. O prefeito afirmou que não houve nenhuma ordem do executivo nem do judiciário para demolir as construções no terreno.

“A gente encontrou com a polícia para entender e investigar, e quem fez isso aqui tem que ser punido porque é algo desumano. Quando a gente tem um mandato para fazer isso já é doloroso. Quando vem do nada e derruba uma casa de uma família é muito pior. Conversei com a procuradora, ela não estava sabendo de nada, a Justiça não nos comunicou de nada. Nenhuma máquina da prefeitura veio aqui, nenhum funcionário da prefeitura esteve aqui. Não tem chance nenhuma de ser algo legal, algo feito pela justiça ou pela prefeitura”, afirmou o prefeito de Curvelo, Luiz Paulo.

A Polícia Militar conseguiu descobrir quem era o responsável pela demolição e entrou em contato por telefone. O homem é proprietário da empresa Altivo Marmoraria, localizada em Papagaios, também na região Central de Minas Gerais. O empresário confessou, por telefone, ter mandado demolir as construções no local, e justificou que acreditava que o terreno o pertencia. Ele também disso que não poderia comparecer à delegacia porque não está na região.

Derrubaríamos com você dentro, disseram suspeitos

No boletim de ocorrência registrado, segundo a Polícia Militar (PM), ficou comprovado que o idoso possuía a escritura e é, de fato, o proprietário da terra. Além de Valdevir, nos outros imóveis derrubados em seu terreno viviam quatro mulheres, de 50, 54, 56 e 75 anos. No relato do idoso aos policiais, ele disse que questionou o grupo de homens sobre a ação e acabou ouvindo que eles estariam apenas "cumprindo ordens do chefe" e que, se o "patrão" estivesse lá, eles iriam "derrubar a casa com ele dentro". 

Ainda de acordo com a PM, em seus relatos, as vítimas disseram que o suposto "patrão" dos criminosos seria o proprietário de uma plantação de eucalipto da região que, diversas vezes, teria feito propostas para comprar o terreno da família, que nunca aceitou vender a área. 

“De repente chegaram com a máquina e falaram comigo para sair de dentro de casa ou iam derrubar tudo em cima de mim. Aí eu fui tirando um pouquinho das coisas que dei conta e eles foi quebrando tudo. Tem 20 anos que moro aqui. Quebraram tudo mesmo. Até galinhas mataram, porque caiu em cima do galinheiro”.

O filho de Valdevir, o comerciante Ricardo Regis Gonçalves da Silva, 49 anos, contou à reportagem que o terreno onde estava a casa, que fica na MG-420, próximo ao quilômetro 6, às margens do Rio Paraopeba, pertence à família há pelo menos duas décadas. “Há 10 anos construímos uma casinha simples para ele. Tinha três quartos, sala, cozinha, banheiro e uma varanda boa, em um terreno de, aproximadamente, 30 mil metros”, contou.

Ele disse que não há nenhum tipo de briga judicial pelo terreno. “Temos todos os documentos, temos a escritura lavrada”, acrescentou. “Meu pai não quer dormir, não quer vir embora para a cidade. Ele viveu na roça a vida toda. Está muito complicado”, lamentou. Enquanto ainda calculam o prejuízo, eles procuraram a polícia para registrar um boletim de ocorrência.


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