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02/12/2023 às 09h56min - Atualizada em 02/12/2023 às 09h56min

​Maceió: mina de sal-gema da Braskem está para colapsar

O colapso da mina de sal-gema está projetado em escala baixa na cidade de Maceió, devendo atingir três bairros da capital

A mina de sal-gema da empresa Braskem deve colapsar a qualquer momento. A Defesa Civil declarou que a mina 18, localizada no bairro Mutange, em Maceió (AL), afundou 1 metro e 6 centímetros do solo nas últimas 48 horas. O deslocamento tem se intensificado cada vez mais.

A mina tem um volume de 500 mil m³ e cerca de 50 metros de profundidade. As autoridades disseram ainda que, durante a noite da última quarta-feira (30), a velocidade de afundamento do solo atingiu uma taxa de 53 cm por dia. Ou seja, a mina de sal-gema da empresa Braskem está em estado crítico.

O abalo sísmico, avaliam as autoridades, está projetado em escala baixa, mas poderá ser sentido em diversos bairros da capital. Felizmente, não há previsões de consequências além da área já isolada, que abrange os bairros Bom Parto, Bebedouro e Mutange.

Diferente do que também sugerem os boatos, não existe qualquer possibilidade de formação de pequeno tsunami com o colapso da mina de sal-gema.

“A população não precisa se preocupar. Mesmo com o colapso iminente, não existe essa possibilidade de tsunami na região devido à lagoa. As consequências serão restritas à região isolada”, garantiu o tenente-coronel Moisés Pereira de Melo, coordenador da Defesa Civil de Alagoas.

A mineração em Maceió começou na década de 1970, com a Salgema Indústrias Químicas S/A, que depois passou a se chamar Braskem. A extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC, tinha autorização do poder público.

Em fevereiro de 2018, surgiram as primeiras rachaduras no bairro do Pinheiro, uma delas com 280 metros de extensão. No mês seguinte, um tremor de magnitude 2,5 foi registrado, o que agravou as rachaduras e crateras no solo, provocando danos irreversíveis nos imóveis.

Somente um ano depois o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão ligado ao governo federal, confirmou que a mineração provocou a instabilidade no solo.

Em junho de 2019 foram emitidas as primeiras ordens de evacuação para moradores do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Com o problema se agravando, a ordem também foi ampliada para parte do Bom Parto e do Farol.
Desde então, mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados na região, afetando cerca de 60 mil pessoas e transformando áreas antes habitadas em bairros fantasmas.

Depois que a mineração foi apontada como a principal causa da instabilidade do solo, um intenso trabalho foi iniciado pela Braskem para fechamento e estabilização de 35 minas na região do Mutange e de Bebedouro, com profundidade média de 886 metros.

Contudo, após 5 tremores de terra somente no mês de novembro, a Defesa Civil de Maceió alertou para o "risco de colapso em uma das minas" próximo da lagoa Mundaú, a de número 18, o que poderia provocar o surgimento de uma imensa cratera.

O professor da UFAL Abel Galindo, engenheiro civil com mestrado em geotecnia pela UFPB, avalia que há uma grande probabilidade de o desabamento da mina 18 afetar também duas minas vizinhas, formando uma cratera em que caberia o estádio do Maracanã.

Com o desabamento, a água da lagoa, terra e detritos seriam escoados para dentro da cratera, provocando a formação de um lago com profundidade de 8 a 10 metros. Segundo a Defesa Civil, esse fenômeno tornaria a água da lagoa salgada e toda a área de mangue na região seria impactada "de forma bastante trágica".

O Serviço Geológico do Brasil enviou uma nova equipe a Maceió para avaliar o problema, que é monitorado também pela Defesa Civil Nacional.
A Justiça Federal determinou a retirada de pouco mais de 20 famílias que ainda vivem nas áreas de risco nos bairros do Bom Parto. Embora não haja ordem para evacuação no Pinheiro, um hospital no bairro transferiu todos os seus pacientes para outras unidades de saúde.
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