Um enfermeiro de 26 anos foi vítima de ataques homofóbicos no Hospital de Misericórdia de Santos Dumont, na Zona da Mata, em Minas Gerais, na tarde desta quarta-feira (12 de junho). O paciente de 54 anos, suspeito das ofensas, foi preso pela Polícia Militar (PM) pelos crimes de injúria racial, ameaça e perturbação do trabalho.
Conforme o depoimento do enfermeiro, ele estava em atendimento quando o agressor entrou na sala, dizendo palavras de baixo calão. O trabalhador pediu para que ele se acalmasse, mas o suspeito intensificou os ataques com palavras homofóbicas. “Bichinha. Nenhum viadinho vai me atender”, diz trecho do boletim de ocorrência.
Além das ofensas, o paciente teria dito que era “homem o suficiente para quebrar a cara” do enfermeiro. As ofensas foram confirmadas por testemunhas e depois pelo próprio paciente para a PM.
Diante dos ataques, um médico tentou intervir, mas o paciente ficou ainda mais exaltado, usando uma peça de ferro da própria cadeira de rodas para golpear a porta de entrada do pronto-socorro. Com isso, a PM foi acionada para a unidade de saúde.
Para os militares, o paciente suspeito das ofensas disse que seu atendimento estava demorando muito e que deveria ter prioridade por ser cadeirante. Ele também confirmou ter dito as palavras homofóbicas para o enfermeiro. Com isso, foi preso em flagrante.
A reportagem pediu um posicionamento para o Hospital de Misericórdia de Santos Dumont sobre o caso e aguarda retorno.
No Brasil, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), atos ofensivos praticados contra pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ são enquadrados como injúria racial, prevista no artigo 140 do Código Penal.
Desde janeiro de 2023, a legislação brasileira equiparou a pena de injúria à de racismo. Com isso, a pena aumentou para de 2 a 5 anos de reclusão.