Oia Notícias Publicidade 728x90
18/03/2021 às 08h13min - Atualizada em 18/03/2021 às 08h13min

​Lockdown funciona?

Fechar tudo sem critério é arruinar perspectiva de economia do Brasil.

Um estudo do International Journal of Infectious Diseases analisou as medidas de 190 países entre 23 de janeiro e 13 de abril de 2020, durante a primeira onda da covid-19 pelo mundo. Ele levou em consideração quatro tipos de intervenções não-farmacêuticas (NPI, na sua sigla em inglês) para a redução do coronavírus: o uso obrigatório de máscara em público; isolamento social ou quarentena; distanciamento social e restrição na mobilidade urbana (Lockdown).

Qualquer intervenção realizada isoladamente levou a uma redução significativa na transmissão do coronavírus: máscaras (-15,14%); quarentena (-11,40%); distanciamento social (-42,94%) e lockdown (-9,26%).

Apesar dos dados comprovarem a eficácia de uma ou mais intervenções não-farmacêuticas, o conceito de “quarentena” aplicado em alguns países, inclusive no Brasil, se difere do lockdown. Enquanto o último implica obrigatoriedade, a quarentena seria uma recomendação, o que leva a um menor impacto na taxa de transmissão.

Fechar tudo sem critério é arruinar perspectiva de economia do Brasil. É preciso combater aglomerações em locais públicos, fechados, festas clandestinas. Aglomerações dispensáveis, que revelam pouca civilidade das pessoas.

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou à CNN Brasil que lockdowns são utilizados em situações extremas, mas que não podem ser “política de governo”. Queiroga afirmou: “esse termo de lockdown decorre de situações extremas. São situações extremas em que se aplica. Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados”. O novo ministro avaliou ainda que, “quanto mais eficiente forem as políticas sanitárias, mais rápido vai haver uma retomada da economia”.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disseram nesta segunda-feira (15) ser contrários a um lockdown geral unificado no país. Ambos defenderam, no entanto, medidas restritivas locais para frear a pandemia de Covid-19 no país.

“Eu considero que temos que buscar uma solução racional. Não me parece racional lockdown absoluto no país nesse momento. Assim como não se pode negar gravidade da pandemia, a necessidade da tomada de decisões. Caso a caso, a depender do município, do estado, que se possa evitar aquilo que se tem que combater desde o início, as aglomerações”, afirmou Pacheco.

De acordo com ele, o "fechamento absoluto" do comércio não parece "razoável". "A essa altura, depois de um ano de pandemia, cada brasileiro sabe o que precisa ser feito: lavar as mãos, usar máscara. Mas impor a restaurantes, shoppings, comércios que têm assimilado o que precisa ser feito, o fechamento absoluto não me parece razoável", disse.

Lira adotou discurso na mesma linha e disse considerar que "todos os extremos", neste momento, são complicados. "Você fazer o lockdown geral – já rebatia isso lá atrás, desde a época do ministro [da Saúde Henrique] Mandetta se falava no ‘fica em casa’ absolutamente igual para todas as regiões – e também descartar o lockdown de uma medida mais restritiva numa região que esteja passando por um momento de mais dificuldade também não é conveniente”.

Na avaliação dele, é preciso ter uma “postura equilibrada”, “sem extremos”. “Não podemos renegar que a economia precisa se movimentar, mas nada mais importante do que a saúde e a vacinação”, disse.


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Oia Notícias Publicidade 1200x90
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp