A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou ontem (8 de dezembro) uma nota de alerta sobre o diagnóstico de um caso de infecção por Candida auris (C. auris) em território brasileiro.
O primeiro caso foi confirmado depois de uma análise técnica na última segunda-feira em um homem adulto internado na UTI no estado da Bahia. Segundo informa o boletim, o diagnóstico ocorreu em um adulto internado no estado da Bahia e foi confirmado pelo Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Uma força tarefa também foi criada pelos órgãos responsáveis para evitar uma maior disseminação do vírus no estado.
A Anvisa também recomenda que os serviços de saúde e laboratórios de microbiologia estejam alertas às orientações previstas em documentos oficiais da agência, para que ações de prevenção e controle da disseminação desse fungo sejam adotadas de forma oportuna e segura. Ele vive em superfícies hospitalares e é altamente resistente, podendo sobreviver por muito tempo.
O fungo foi descoberto em 2009 no Japão no canal auditivo de um paciente. Além disso, seu diagnóstico ainda requer métodos laboratoriais específicos pois pode ser facilmente confundido com outras espécies de leveduras, o que leva ao tratamento incorreto, colocando em risco a vida do infectado. Os contaminados pelo C. auris ainda correm risco de morte. A estimativa é que ele tenha causado a morte de 30% a 60% de seus infectados.
Em 2016, com o surto de doenças causadas pelo fungo na América Latina, a Anvisa publicou um Comunicado de Risco com orientações para a vigilância laboratorial, com encaminhamento de isolados para laboratórios de referência e medidas de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) pela C. auris. Desde 2017, laboratórios da Rede têm analisado amostras suspeitas que são encaminhadas por diversos estados do Brasil. O alerta foi feito em função de relatos de surtos da doença causada pelo C. auris na América Latina comunicados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), da Organização Mundial da Saúde (OMS).