Estafa Mental: o cansaço de tudo e de todos

Nesta época do ano, não é difícil encontrarmos alguém que não se queixe de cansaço. Além das demandas habituais, o final de ano implica em encerramento de relatórios, provas e a organização das festas, comum a este período.

Entretanto, nosso cansaço não é prerrogativa de final de ano, como muitos pensam. Está certo que este período potencializa, mas ele não é o vilão. Nosso dia a dia, durante o ano todo, é repleto de compromissos. Fazemos inúmeras coisas, acumulamos tantas funções que nem sempre damos atenção aos sinais que nossa mente e corpo emitem, indicando que algo não vai bem. Daí, surge aquela vontade de isolar-se de tudo e de todos.

Sintomas como irritação, alteração do padrão do sono, desânimo, lapsos de memória, dores pelo corpo, baixo rendimento intelectual são as queixas mais frequentes de uma estafa mental. Este esgotamento mental é devido ao excesso de responsabilidades e de trabalho, acúmulo de tomadas de decisões, e, se não tratado adequadamente, pode culminar em uma síndrome de Burnout, exaustão extrema relacionada ao trabalho.

Entretanto, o problema é que, muitas vezes, antes mesmo de nos darmos conta que estamos no limite, podemos buscar saídas através da adoção de comportamentos impulsivos e compulsivos, não identificados como nocivos, como uma maneira de reequilibrar a mente e o corpo. Assim, alguns passam a buscar conforto emocional através da bebida, da comida, do fumo ou do uso indiscriminado das redes sociais. São comportamentos que aparentemente propiciam bem estar, porém as causas permanecem e os sintomas ressurgem.

Mas o que fazer? A primeira saída que vem à nossa mente é tirar férias. Parece ótimo, mas nem sempre resolve. A resposta está na reorganização do estilo de vida. É preciso equilíbrio entre os setores da nossa vida, como família, lazer, saúde física e, claro, trabalho e estudo. É certo que tem épocas que alguns desses setores pedem mais atenção, porém isso não deve ser algo constante, pois o exagero nos leva a estafa mental. Por isso, par anão chegar a este extremo, é importante planejar as atividades diárias, delegar tarefas, aprender a dizer não sem despertar culpa e, fundamentalmente, tirar um tempo pra si e fazer coisas que te dê prazer.

Claro que a construção de novos hábitos e estilo de vida não é tão simples. Por isso, a persistência diária é a chave. Os desafios da vida sempre irão existir, porém é preciso percebe-los e ajusta-los na medida certa, sem exigir de si além do que é capaz de suportar. Créditos: Joselene Alvim- psicóloga.